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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Critica: Meu Namorado é Um Zumbi




Um zumbi (português brasileiro) ou zombie (português europeu) é uma criatura fictícia que aparece nos livros e na cultura popular tipicamente como um morto reanimado ou um ser humano irracional. Histórias de zumbis têm origem no sistema de crenças espirituais do Vodu afro-caribenhos, que contam sobre trabalhadores controlados por um poderoso feiticeiro.
Esta criatura é um ser humano dado como morto que, segundo a crença popular, foi posteriormente desenterrado e reanimado por meios desconhecidos. Devido à ausência de oxigênio na tumba, os mortos vivos seriam reanimados com morte cerebral e permaneceriam em estado catatônico, criando insegurança, medo e comendo os vivos que capturam. Como exemplo desses meios, pode-se citar um ritual necromântico, realizado com o intuito maligno de servidão ao seu invocador.

A figura dos zumbis ganhou destaque num gênero de filme de terror, principalmente graças ao filme de 1968 "Night of the Living Dead" (A Noite dos Mortos Vivos) do diretor George A. Romero.

No entanto, com o tempo a figura do Zumbi se tornou muito mais emblemática, uma vez que tal simbologia nessa criatura, carrega criticas existem cias a humanidade e a sociedade, como emprego de valores de moral, ética e humanistas mesmo. O bicho Homem versus o meio que se instala. Series atuais como The Walking Dead por exemplo utilizam dessa força cultural do zumbi para criar o alicerce para dissertar de temas políticos e antropológicos.

Porem, aqui com "Meu Namorado é um Zumbi" tudo isso cai por terra, o terror, o drama, a critica - aqui ela permanece, mas não tão incisiva, obviamente -, o que há é uma sátira bem feita e coerente que respeita o gênero que se apoderou, que não se leva tão a serio o suficiente- na maneira em que se vende- e por isso mesmo encanta e diverte ao conseguir criar um mundo zumbificado próprio a lá Romeu e Julieta das comedias - e aqui pode se orgulhar da seriedade do projeto em assim ser.

Em um cenário pós apocalíptico  somos apresentados a uma realidade que tenta sobreviver a devastão por longos 8 anos. Não se sabe exatamente o que ocasionou o surto de epidemia que transformou as pessoas em zumbis. Entre os sobreviventes há um esquadrão que criou um grande muro para separar a humanidade viva da humanidade morta. Esse esquadrão é chefiado pelo general Grigio (John Malkovich) que quer exterminar todos os Zumbis da face da Terra.
Em meio aos Zumbis temos R.(Nicholas Hoult) jovem que não se lembra de seu próprio nome, apenas que se iniciava com a letra R, e que em meio a um ataque, acaba comendo o cérebro do namorado de Julie (Teresa Palmer), filha do general Grigio e que faz parte do batalhão de resgate a suprimentos aos sobreviventes; adquirindo assim suas memorias e nutrindo um sentimento de amor pela mesma.

Com essa premissa, o filme que é narrado em voz off pelo zumbi R. nos conduz num mundo onde os Zumbis nada mais são do que vegetais orgânicos, corpos vazios com resquício de consciência  A fome deles, é explicada, pela vontade impulsional do corpo de querer sentir algo vivo novamente. Ao comer cérebros  eles conseguem sentir e reviver as memorias e lembranças dos que comem, sentindo se assim parte do mundo novamente.
Ambos os zumbis, permanecem lutando com essa pequena parte de consciência m osmose, para continuarem assim, num estado de latência  entre a morte total e essa reanimação. Muitos repetem suas funções diárias a esmo. Como o guarda do aeroporto que continua mesmo depois de morto a exercer seu serviço de segurança por exemplo, ou o faxineiro que não larga sua vassoura e pano de chão.
R. é um dos que conseguem balbuciar algumas palavras- apesar que na narração em off onde nos explica toda a historia sua fala é normal e clara-; e tem o habito de colecionar lembranças, vinis que gosta de escutar, objetos que lhe tragam alguma sensação de recordação.

Assim o roteiro já deixa claro que não pretende recriar um mundo fantástico com suas próprias leis, mas sim formar um montante de referencias literárias, filmicas e pop's para transformar a projeção num recorde cômico do cultuamento dado e recebido pelos zumbis na nossa atualidade. A referencia a Romeu e Julieta inclusive ja parte desse pressuposto inverso ( os protagonistas tem o nome iniciado por R e J).

Referencias não faltam, temos um protagonista que se assemelha em seus atos ao robô Wall-e, temos uma protagonista que é fisicamente parecida com a crepuscular inexpressiva Kristen Stewart (porem esta tem expressão), há ideologias sobre a cultura pop, desde musicas clássicas em vinis ate a qualidade do som virtual. Alias é interessante como essa alegoria é datada, onde seres inanimados, onde não humanos conseguem adquirir humanidade a mais do que os próprios humanos de fato.

A produção de orçamento modesto consegue delimitar bem seus limites, focando em efeitos escrachados  quase toscos por vezes, mais uma vez aludindo a filmes antigos do genero, em virtude de um designer bacana e eficiente, com uma ambientação coerente com sua proposta.

Mas se 'Meu Namorado é um Zumbi' tem realmente algo para se orgulhar é sua impecável e sensacional trilha sonora que passeia desde Bob Dylan e Bruce Springsteen à Guns N’ Roses, Feist e Scorpions. Tudo embalado por cenas que aludem inclusive ao filme "Uma Linda Mulher".

Risadas não faltam, diversão e coerência dentro da proposta e ate mesmo uma critica social contra o preconceito exacerbado e politica, no simbolismo do muro que nos remete ao lendário muro de Berlin.

Assim, 'Meu namorado é um Zumbi' acaba que consegue cumprir seu papel de divertir, de provar que nem toda obra dita adolescente água com açúcar precisa ser incoerente ou ruim para existir, e que pode sim se tornar cultuada com boas referencias, respeito ao gênero empregado e principalmente saber lidar com o fato de ser uma comedia cult da nova geração. Sabendo que não é excelente, sabendo seus limites, tornando-se assim uma boa surpresa para aqueles de mente aberta se permitirem entrar na viagem. Muito bom.


Trailer: 



FICHA TÉCNICA
Diretor: Jonathan Levine
Elenco: Dave Franco, Teresa Palmer, Nicholas Hoult, John Malkovich, Analeigh Tipton, Rob Corddry, Cory Hardrict, Rochelle Okoye,
Produção: David Hoberman, Todd Lieberman, Bruna Papandrea
Roteiro: Jonathan Levine
Fotografia: Javier Aguirresarobe
Duração: 98 min.
Ano: 2013
País: EUA
Classificação: 10 anos








segunda-feira, 13 de maio de 2013

Critica: A Caça


"Você terá de esperar um pouco, mas os animais voltarão”. 




Caça é a perseguição de um animal a outro ou de um ser humano a outro, normalmente com intenção de abate. É uma prática usada pelos animais carnívoros ou omnívoros para obtenção de alimento. Muitas espécies utilizam a caça, cada qual com técnica especializada levando em conta as características físicas do animal caçador e da presa. Geralmente usam emboscadas, perseguição em velocidade e/ou trabalho em grupo, sempre visando, dentre os possíveis alvos, os mais frágeis, como animais velhos, doentes ou recém-nascidos.

Caça humana 

O Homem também utiliza a caça. Antes da civilização, esta era a principal fonte de alimento de muitos dos grupos humanos. Porém, a expansão populacional e o desenvolvimento da civilização tornaram o extrativismo natural – a coleta, a caça e a pesca – insuficientes para o abastecimento da população. A obtenção dos alimentos é provida primordialmente pela agricultura e pela pecuária, tendo a pesca resistido até os dias de hoje, atingindo escala industrial.
Embora a caça por sustento ainda resista até os dias de hoje, ela ocorre em pequenas comunidades isoladas, como algumas tribos indígenas, por exemplo. Outra modalidade de caça, a esportiva, ganhou importância com o passar dos séculos.

Caça Esportiva

Esta modalidade de caçada não visa a obtenção de alimentos, mas a conservação de tradições, a emoção da perseguição e ou do abate, entre outras.
Com a extinção ou ameaça de extinção de algumas espécies, foi necessária a criação de normas reguladoras da caça, que só é permitida em locais determinados, para certas espécies, em épocas determinadas e em quantidade limitada. Em alguns países, a proibição é total.

'Jagten', que em tradução livre do dinamarquês para o português seria algo do tipo "procurar", e veio traduzido sob o titulo de A Caça para o Brasil é o mais recente filme do diretor Thomas Vinterberg e não só faz jus a dualidade do nome, como proporciona um retrato assustador da sociedade, numa critica intensa sobre moral, ética e atribuições de valores.

Mads Mikkelsen é Lucas, um recreador numa creche dentro de uma comunidade da Dinamarca. Extremamente bondoso e sociável  Lucas é amigo de todos e mantém uma relação de amizade e afeto com todas as crianças e moradores da comunidade. Recém divorciado e morando só apenas com sua cachorra Fanny, Lucas vive frustrado por não conseguir manter muito contato direto com seu único filho, devido ao divorcio conflituoso.
Um dia, Lucas vê sua vida virar de cabeça para baixo quando uma das alunas da creche no qual trabalha, vai ate a diretora da instituição e diz que Lucas lhe mostrou o órgão sexual. A partir daí um ode de ódio e discriminação se sucede por todos os moradores e Lucas se vê perdido.

Com uma narrativa densa desde o principio, o filme nos carrega dentro de uma atmosfera contemplativa, com ritmo lento em todo seu primeiro ato de preparação. Quando o filme recai sobre o segundo ato, a tensão e o choque dominam a tela. São suessões de julgamentos de frieza, de ataque, de degradação que chocam o espectador por fazer parte do nosso dia a dia, mas que mal enxergamos.

Lucas é tirado de sua propria vida e imediatamente julgado e condenado por todos, por seu melhor amigo, por sua namorada, por sua ex-esposa, colegas e desconhecidos. São olhos e dedos acusadores no mercado onde ele não pode mais entrar ou mesmo na igreja onde sempre foi rezar.

Vemos em tela o como julgamentos pre estabelecidos podem subjugar toda uma figura de um Homem a ponto dele se transformar num verdadeiro arremedo de tudo que fora antes.

Quando uma criança inocente lhe diz que alguém lhe fez mal, em quem acreditar? Na criança ou no adulto?
A verdade, os fatos, importa diante disso? Qual seria nossa posição diante de algo assim?

O filme é competente em criar uma teia de acontecimentos e situações que nos deixem a merce de nós mesmos. É claro - e isso não é 'spoiler'- que Klara a menina que acusa Lucas do ato proibido, conta a historia após uma contrariedade por parte de Lucas. Porem resta a duvida: mas o que aconteceu de verdade? ate que ponto o abuso foi real ou apenas imaginação de uma criança confusa e irritada?

Porem a maior reflexão do filme é conseguir bater fundo nas nossas emoções ao nos colocar diante de um espelho, de um verdadeiro teto de vidro espelhado fincado em raízes tão profundas de preceitos e preconceitos de nós mesmo, que incomoda, enraivece, causa náusea moral.

Aliado a uma fotografia quase monocromática que parece nos estabelecer continuamente no Outono - ainda que o roteiro seja pontuado por passagens de tempo distintas como o inverno, o natal..- o que causa ainda mais a sensação de peso e melancolia.

A critica e reflexão se estende desde os pais inábeis da menina, à conduta inadequada que o irmão mais velho adota diante dela. São elementos e mais elementos desconstruídos ao longo do filme que mostram como é fácil e cruel criar um labirinto de equívocos e desambiguação social.

A metáfora que também é usada de forma literal, para o ato da caça - a comunidade é formada por caçadores, todos legalizados, homens que aprendem a caçar na temporada de caça a partir dos 16 anos de idade, quando viram 'homens' de fato dentro de sua cultura-;. Lucas nada mais é do que mais um cervo diante do abate. sem chance de luta ou defesa. São armas, pedras e martelos lhe massacrando, perseguindo e caçando a espreita, por todos os lados.

Ele é transformado de um dia para o outro de caçador a caça, num bicho, que deve ser exterminado.
Não por acaso o diretor brilhantemente nos conduz a um final triste e assustador.

E Mads Mikkelsen esta extremamente impressionante no papel de 'caça' aqui. É notável perceber seu olhar antes afável ir se desconstruindo a ponto de vermos uma morte em vida, ao lhe ser tirado cada pedaço de orgulho e sentido de vida. Atuação essa que lhe rendeu o premio de Melhor Ator no Festival de Cannes.


A procura pela justiça - legal e moral - é continuamente testada, e deixada em segundo plano. O que vale é a verdade e a certeza absoluta que esta na palma da mão de cada um.

"Lá na frente esta o alvo que se arrisca pela linha
Não é tão diferente do que eu já fui um dia
se vai ficar, se vai passar? Não sei!
E num piscar de olhos lembro o tanto que falei, deixei, calei, e não me importei- mas não tem nada!
Eu tava mesmo errada.
cada um em seu casulo, em sua direção
vendo de camarote a novela da vida alheia. Sugerindo soluções, discutindo relações
Bem certos de que a verdade cabe na palma da mão.
Mas isso não é uma questão de opinião. E isso, é só uma questão de opinião."



Esse trecho sintetiza bem os valores do filme.
Pesado, cruel, intenso, bem elaborado, eficiente e real.

Num panorama onde não verdadeiros vilões além de nós mesmos representados por cada personagem ali em tela, o filme ainda conta com elenco afiado.

Um tapa na cara, ou um tiro de espingarda em quem esta na mira e segura o rifle mesmo assim.
Bom filme.

Trailer


Ficha Técnica: 

Diretor: Thomas Vinterberg
Elenco: Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Annika Wedderkopp, Lasse Fogelstrøm, Susse Wold, Anne Louise Hassing, Lars Ranthe, Alexandra Rapaport, Ole Dupont, Rikke Bergmann, Katrine Brygmann, Allan Wibor Christensen,
Produção: Sisse Graum Jørgensen, Morten Kaufmann, Thomas Vintenerg
Roteiro: Thomas Vinterberg, Tobias Lindholm
Fotografia: Charlotte Bruus Christensen
Trilha Sonora: Nikolaj Egelund
Duração: 115 min.
Ano: 2012
País: Dinamarca
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos










Critica: Weekend



Ator revelação e melhor produção no British Independent Film Award, vencedor da maioria dos destivais com temática gay da Tchecoslováquia, Hamburgo, LA Out Fest, San Francisco e Toronto, além de vencer como melhor roteiro no Festival Dinard, roteiro do prêmio do jornal Evening Standard, Prêmio dos Jovens em Ghent, revelação de diretor pelos críticos de Londres (Haigh), além de melhor ator e melhor filme dramático em Nashville. É com essa bagagem que Weekend, filme inglês do diretor Andrew  Haigh e, pouco mais de 90 minutos, chega ate o espectador de forma definitiva e extremamente surpreendente.

Com naturalidade, destreza e simplicidade, Weekend consegue fazer rir, emocionar, entristecer, mas principalmente emocionar e apaixonar.
Com um pequeno orçamento, calcado em pouco mais de 120 mil euros. Esse filme pode ser considerado um filme alternativo e artístico. Com características comuns ao gênero  temos planos bem conduzidos, com com fotografia clara mas que se descuida em certos pontos, justamente pela produção mais simples e sem muitos recursos. Ainda assim, temos enquadramentos bem interessantes e inventivos com destaque as cenas em que vemos o casal principal dialogando.

Lembrando o 'clima' de Antes do por do Sol e Antes do Amanhecer, o filme nos conduz numa narrativa progressiva que versa diante de diálogos e situações cotidianas num curto espaço de tempo, no qual vamos descobrindo e remontando os dois personagens. O que importa em Weekend são as personas dos personagens, seus anseios, seus medos e sonhos.

A sinopse é insuficiente quando se constata o conteúdo do filme. Na sinopse temos:

Depois de sair para jantar com seus amigos héteros, Russell ( Tom Cullen) decide tentar a sorte numa boate gay. Ele sai de lá com Glen (Chris New ) e os dois passam a noite juntos. Na manhã seguinte, Glen pede para gravar um depoimento de Russell sobre a noite anterior, dando início assim a uma intimidade inesperada entre os dois. Eles continuam juntos o resto do fim de semana, indo a bares, fazendo sexo, se drogando e contando histórias de suas vidas um para o outro. Mas o relacionamento entre eles está prestes a chegar ao fim: em poucos dias Glen se mudará para os Estados Unidos.

A premissa, que aparenta lidar com algo 'mais do mesmo' principalmente com a temática gay, surpreende ao não cair nos clichês um pouco difíceis de se escapar do gênero  e nos mostrar um filme totalmente coesa, promissor, com atuações criveis e humanas, e um roteiro extremamente bem conduzido e escrito, que foca nos diálogos rápidos e naturais que criam uma aproximação e identificação com o publico, seja este homossexual ou não.

Reflexivo, o filme trás a tona questionamentos interessantes mas sem contudo levantar nenhum tipo de bandeira ativista. O ativismo e ideologia ficara por conta de cada espectador. Como por exemplos as conversas de Russell e Glen sobre o casamento gay e como se dá a vida gay num mundo hétero  É o olhar de dentro para as pessoas de fora, e o olhar de dentro para os mesmo olhares de dentro mas que as vezes não conseguem enxergar direito justamente por estarem tão perto.

Sem trilha sonora, o que intensifica a experiencia de imersão diante daquelas duas vidas representadas e apresentadas a nós, o filme ainda tem o mérito de delimitar cada instante de mudanças, utilizando o sexo e as drogas de forma funcional. Geralmente o que vemos, são filmes com temática gay, abusando do artificio 'choque' para transmutar e transgredir valores, através do ato sexual, da nudez, das drogas e crime. Mas muitas vezes, tudo que se vê, é a estereotipagem de um mundo que já sofre justamente pelos pre conceitos que lhe atribuem. a relação homossexual é tão natural, que deve ser mostrada no cinema contemporâneo assim. De forma sincera, verdadeira. E Weekend consegue criar isso em poucos minutos. O sexo surge aqui como forma de demonstrar a afeição e a proximidade do casal principal. As drogas, são mostradas como um reflexo social atual e mais uma vez como simbolo para a construção e evolução daquela relação.
Nada ali esta por acaso. mesmo uma conversa sobre uma caneca comprada num brechó é relevante e tem contexto.

Ainda é importante salientar uma das passagens mais interessantes e instigantes do filme, em que um dos personagens explica para o outro uma das vertentes do sexo. O sexo casual na concepção das pessoas.

Através do sexo, falando do sexo ali, é possível mapear as pessoas..Porque quando conhecemos alguém novo, numa balada por exemplo, viramos uma especie de tela em branco.
Essa nova pessoa não te conhece; não sabe nada de você. Então ali podemos pode ser quem quisermos como quisermos, porque o sexo casual, a chamada 'pegação de balada' nos dá o poder, a sensação de que podemos apagar quem somos e recriar aquilo que queremos ser, onde queremos chegar.
E é nessa arquitetura, que esta quem somos. Somos aquilo que esta entre essa tela em branco do que queríamos/queremos e quem realmente somos. O vão entre esses dois paralelos é que somos nós de verdade. Apenas por essa teoria concebida o filme já valeria a pena.

Durante a projeção, vemos uma desconstrução de valores e de conceitos estabelecidos diante daquelas duas personas. Um, jovem salva vidas, gay assumido apenas para seu melhor amigo, órfão e tímido  Outro, gay assumido, artista e que leva a vida pelo agora sem nenhuma timidez. Sem cair no romance água com açúcar e jamais sendo piegas ou romantizado demais, ainda nos brinda com uma resolução honesta e sincera, sem se deixar levar pelo caminho mais fácil e por isso mesmo obvio. Assim engrandecendo-se diante de sua aparente pequenez  se tornando uma grande obra, uma grande obra de arte - com repetição na palavra- honesta.

Um Filme singelo que mais pessoas precisam conhecer.


Trailer:



Ficha Técnica:


Diretor: Andrew Haigh
Elenco: Tom Cullen, Chris New, Jonathan Race, Kieran Hardcastle, Vauxhall Jermaine, Sarah Churm, Martin Arrowsmith,
Produção: Tristan Goligher
Roteiro: Andrew Haigh
Fotografia: Urszula Pontikos
Trilha Sonora: James Edward Barker
Duração: 96 min.
Ano: 2012
País: Reino Unido
Gênero: Drama
Classificação: 16 anos