A Crise de Reféns do Irã foi uma crise diplomática entre o Irã e os Estados Unidos, onde 52 norte-americanos foram mantidos reféns por 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomar a embaixada americana em Teerã, em apoio à Revolução Iraniana.
O episódio chegou ao auge quando, após tentativas
fracassadas de negociar uma libertação, os militares dos Estados Unidos
tentarem uma operação de resgate, a Operação Eagle Claw, em 24 de abril de
1980, que resultou em uma missão fracassada, a destruição de duas aeronaves e a
morte de oito soldados americanos e um civil iraniano. Ela terminou com a
assinatura dos Acordos de Argel, na Argélia em 19 de janeiro de 1981. Os reféns
foram formalmente libertados sob custódia dos Estados Unidos no dia seguinte,
poucos minutos após o novo presidente americano Ronald Reagan ser empossado.
Em meio a isso, um projeto de resgate promovido pela Cia em
total cunho secreto, era arquitetado.
Após a invasão da embaixada dos Estados Unidos, seis funcionários
fogem e procuram abrigo na casa do cônsul canadense. Depois de tomar ciência da
situação, a CIA chama Tony Mendez (Affleck), um especialista em resgates, para
desenvolver um plano de fuga.
Sem melhores alternativas devido ao governo ditatorial que
vigora no país, ele resolve criar um falso filme, uma cópia descarada de Star
Wars, que se chamaria Argo. Com a desculpa de procurar locações, ele entra no
Irã para ajudar os americanos.
Essa é a premissa de Argo, terceiro filme de Ben Affleck na
direção, que desta vez também o protagoniza. Apesar do cunho fantástico e
fértil do enredo, não se engane. Tudo realmente aconteceu. Argo é baseado em
fatos reais. Difícil de acreditar? Sim. E é aí que a magia acontece.
Com direção segura e mais uma vez demonstrando total domínio
da linguagem, bem como o conhecimento de sua historia, Affleck nos conduz
diante de um drama/ação denso repleto de tomadas inventivas e sequencias de
tirar o folego.
Contando ainda com um roteiro bem amarrado com poucas falhas
de estrutura; Argo mostra diálogos inteligentes e mais que isso, um respeito
absoluto a seu publico e a historia que se propõe a contar.
Como feito em "Medo da Verdade" Aflleck utiliza o
artificial do 'livre-arbítrio" ao induzir no espectador o martelo e a
sentença. Não ha julgamento explicito de valor e culpa. ambos os lados da
moeda, são relevantes e tem sua parcela de vitimização e culposidade. Cabe ao
espectador decidir de que lado ficara, e qual 'mocinho" escolhera.
Mas ao contrario o mencionado, "Argo" não é totalmente serio. ele se utiliza de artifícios cômicos e de ironias planejadas especialmente para quebrar a tensão dramática. Não é um filme difícil de se assistir, é leve, repleto de vícios de linguagem.
Mas ao contrario o mencionado, "Argo" não é totalmente serio. ele se utiliza de artifícios cômicos e de ironias planejadas especialmente para quebrar a tensão dramática. Não é um filme difícil de se assistir, é leve, repleto de vícios de linguagem.
Claro que há o patriotismo, caso contrario não seria um
filme com as bençãos de Hollywood, mas a simples escolha de nos introduzir a
tal historia contando apenas fatos sem enfeites, logo no prologo muito bem
montado e conduzido, já é um feito e
tanto para um diretor em crescente ascensão.
Utilizando planos rápidos, e montagens rápidas, uma edição
calma e correta e contando com atuações medianas, e controladas Argo ainda se
beneficia por sua malemolência de introduzir uma metaforização peculiar a Star
Wars. O roteiro de Argo - (foda-se*) o fictício dentro do filme - remonta a uma
versão Trash de Star Wars. Mas o curioso é notar a ideia de alusão ao clássico
e ao próprio EUA. A bandeira americana sempre presente quando é citado Star
Wars. Guerra nas Estrelas. A bandeira repleta de estrelas. E isso é de uma
genialidade poucas vezes vistas no cinema atual. ao menos em Hollywood.
Coincidência?
Ben Affleck ainda empresta a seu personagem uma atuação
morna, como sempre, mas ironicamente correta. Na realidade o papel dele é tão
secular que poderia não existir.
Alias este é um raro filme em que as atuações pouco
importam. O que importa é o enredo. Os personagens e seus nomes são esquecidos
no minuto em que sobem os créditos.
Contando com um das melhores sequencias do ano, em seu
climax, Argo ainda nos brinda com a demonstração de um trabalho intenso de pesquisa ao final, ao mostrar a dedicação em mostrar os fatos tal qual foram.
Argo é cotado a conseguir as principais indicações ao Oscar
de 2013. E não seria nenhuma
surpresa se os leva-se.
Ótimo
filme.
* comentário remetendo a uma citação dentro do filme.
Curiosidade:
O personagem de Goodman: John Chambers, realmente foi informante do governo, além de ser o vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem em 1969, por seu trabalho em Planeta dos Macacos.
** Critica de "Medo da Verdade" >>Criticofilia - Critica: Medo Da Verdade
Trailer:
Ficha técnica:
Diretor: Ben Affleck
Elenco:
Bryan Cranston, Ben Affleck, John Goodman, Taylor Schilling, Kyle Chandler,
Alan Arkin, Tate Donovan, Clea DuVall, Adrienne Barbeau, Rory Cochrane, Kerry
Bishé, Richard Kind, Titus Welliver, Michael Parks, Zeljko Ivanek, Chris
Messina, Michael Cassidy.
Produção:
George Clooney, Grant Heslov, David Klawans
Roteiro: Chris Terrio
Fotografia: Rodrigo Prieto
Duração: 120 min.
Ano: 2012
País: EUA
Gênero: Drama
1 comentários:
O que um bom filme, e eu acho que o interesse gerado no assunto discutido, mas para ser honesto, eu sinto um pouco elitista, porque nem todo mundo entende. Definitivamente vale a pena assistir Argo é um filme contou com inteligência, bom ritmo e um elenco muito atraente.
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