A história de uma família em meio ao tsunami que assolou o
litoral da Tailândia, em 2004. Maria (Naomi Watts), Henry (Ewan McGregor) e
seus três filhos iniciam suas férias na Tailândia em busca de alguns dias de
sossego no paraíso tropical. Porém, na manhã de 26 de dezembro, enquanto a
família relaxa na piscina depois das festividades de Natal, um terrível barulho
surge do centro da terra, Colocando a família numa corrida contra o tempo para
sobreviverem.
Originalmente, esta que conta uma historia baseada em fatos
reais, a família principal é espanhola. Mas por algum motivo Juan Antonio
Bayona (que já nos presenteou no passado com o excelente O Orfanato) resolveu
transformar essa família espanhola, numa família Inglesa residente no Japão.
Somente essa escolha já denuncia o foco de Bayona para seu
Longa O Impossível.
O impossível nada mais é do que mais um produto criado,
realizado e focado em produzir lagrimas e mais lagrimas, comoção e mais comoção
em quem o assiste. Ele se esconde através do artifício comum de emocionar e
criar empatia no publico, para não revelar um enredo vazio, porem numa
narrativa funcional. É o que o publico espera, é o que o publico amara.
O longa permeia as tentativas dessa família inglesa em
sobreviver a maior tragédia que a Tailândia já recebeu.
Em dezembro de 2004, um terremoto de magnitude 9,1 na costa
da província indonésia de Aceh desencadeou um tsunami no oceano Índico, que
causou a morte de cerca de 226 mil pessoas na Indonésia, Sri Lanka, Índia,
Tailândia e outros nove países.
E a família encabeçada por Maria e Henry, estavam entre as
pessoas que sobreviveram a esse evento devastador.
Mas ao contrario do que se imaginava, ou se esperaria de um
filme de tragédias reais, o longa não se preocupa em mostrar o tamanho da
devastação em níveis sociais ou mesmo ambientais. Ele foca em mostrar apenas a
devastação que permeia essa família em especifico.
Visualmente o filme é belíssimo, uma fotografia clara, com
uma iluminação excelente, uns planos que nos faz emergir junto nas águas tenebrosas,
uma edição corrida e brusca que aumenta a tensão e causa impacto ao nos mostrar
quão impressionante é uma força da natureza assim recair sobre um ser humano.
Mas é só isso.
O Roteiro apesar de lindíssimo e coeso, que se interliga ao
longo da trama através de imagens, como a cena final por exemplo, repleta de
signos, peca contudo, ao usar uma narrativa carregada de comoção e exageros de
linguagem para induzir emoção. Ele foca totalmente na relação mãe e filho, a relação de Maria com o filho mais velho Lucas. O amor entre os dois que interliga tudo.
Não que tal tragédia não seja comovente e a luta
de uma família em se reencontrar e se manter viva, não cause suspiros, porem
são tantos artifícios impostos sucessivamente para nos induzir lagrimas, que o
tom do filme fica carregado como um melodrama extremamente pesado e nada sutil.
É um artifício que demonstra uma falta de conteúdo de enredo incrível.
Uma pena.
Sim, as atuações de Naomi
Watts e Ewan McGregor, são excelentes. Eles carregam o filme numa segurança
tremenda. Mesmo que o núcleo se feche apenas a eles sem coadjuvantes em nenhum
momento, eles conseguem segurar o arco dramático exclusivo entre eles muito
bem. Principalmente Naomi que se doa de tal maneira ao papel que impressiona.
Tom Holland que interpreta Lucas; filho mais velho do casal
é a grande surpresa do elenco. Mesmo com toda a doação impressionante de Naomi,
Tom e seu Lucas que brilham em tela, pelo amadurecimento que ele transparece em
seu papel. A Atuação dele é tão consistente que não seria absurdo dizer que ele
promete bons feitos futuramente.
A Maquiagem do filme surge estupenda, a um nível que chega a
chocar pela crueza que escolheram caracterizar os ferimentos e a devastação
física de tal tragédia em seus personagens. As feridas de Naomi surgem com tal
realidade que mesmo que ela não demonstrasse nada, o espectador já sentiria dor
e compadecimento por ela.
Sim, é um filme feito para emocionar que abusa de artifícios
emocionais e um drama carregado que te faz chorar e ficar apreensivo a cada 10
minutos de projeção.
Mas para o bem ou para o mal: funciona. E é isso que parece
importar.
Ao final, não importa as falhas ou o vazio que a trama
possui em ser algo a mais do que um engradado de lagrimas emotivas. O Impossível
é um filme grande, bem feito, bonito, que foge da realidade cruel que foi
aquela tragédia, mas que funciona no final. Atende as expectativas de quem vai
ate ele.
Impossível não chorar ou não se emocionar com ele. Munido de
lenços e total despretensão de ver um filme profundo, vale o ingresso.
Diretor: Juan Antonio Bayona
Elenco: Naomi Watts, Ewan McGregor, Tom Holland, Russell
Geoffrey Banks, Marta Etura, Geraldine Chaplin, Sönke Nöhring,
Produção: Belén Atienza, Álvaro Augustín, Enrique López
Lavigne, Ghislain Barrois
Roteiro: Sergio G. Sánchez
Fotografia: Óscar Faura
Trilha Sonora: Fernando Velázquez
Duração: 107 min.
Ano: 2011
País: Espanha/ EUA
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos
1 comentários:
Ae Will, gostei da crítica, o fato que você citou que (de certa forma) o filme apela para o lado emocional causando o choro, para mim é indiferente, já que não consigo chorar com filmes rsrs.. Um filme que 'apela' assim (também para o emocional) achei que foi Cavalo de Guerra (que não achei dos melhores), na verdade vários filmes utilizam deste artifício, né, falou que é drama então, pode esperar rs. Bom, quanto ao filme, amei, mostra a tragédia, a esperança e o reencontro tudo de uma forma incrível, sem contar nas ótimas atuações que temos que você já havia citado. Fez um bom trabalho na crítica aí, ficou legal.. Abração!!
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