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domingo, 28 de julho de 2013

Crítica: Elena


“O vazio, mesmo quando cheio é pesado demais. O vácuo também preenche, também esgota.” 




Tudo começa com um sonho. Um sonho de Elena sobre Petra, onde Petra sonha que Elena e ela estão em cima de um muro. Não, onde Petra esta procurando Elena pelas ruas de Nova Yorque, longe de casa, enquanto Petra permanece em cima do muro, e cai. Elena morre. Não, Petra morre e Elena sai à procura de Petra. Não, Petra e Elena morrem e sua mãe sai à procura das duas e a encontram abaixo do muro. Não.

Entre sonhos, realidades, fatos e poesias, Petra Costa, estreia na direção com seu primeiro longa metragem intitulado Elena. Um híbrido entre ficção e documentário, onde ela e sua irmã mais velha Elena que dá nome ao longa se confundem em tela, transpassando gerações, dor, falta, procura e todo um lirismo psicológico, junguiana e atormentador na prova de que laços sanguíneos são de longe os fios que nos ligam ao mundo do outro.

Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar. Deixa Petra, a irmã de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas. Filmes caseiros, recortes de jornal, um diário. Cartas. A todo momento Petra espera encontrar Elena caminhando pelas ruas com uma blusa de seda. Pega o trem que Elena pegou, bate na porta de seus amigos, percorre seus caminhos. E acaba descobrindo Elena em um lugar inesperado. Aos poucos, os traços das duas irmãs se confundem já não se sabe quem é uma quem é a outra. A mãe pressente. Petra decifra. Agora que finalmente encontrou Elena, Petra precisa deixá-la partir.

Essa é a sinopse e nada poderia ser mais acertado para essa ARTE em todos os sentidos que a palavra e expressão comportam.

Em Elena acompanhamos Petra refazendo os passos da irmã mais velha, que saiu do Brasil rumo à Nova York atrás de seguir a carreira de atriz de cinema. Esse também era o desejo da mãe de ambas, nunca posto em prática. Ela e o marido enfrentaram a ditadura militar brasileira e teriam sido dois das centenas de militantes mortos na guerrilha do Araguaia se não fosse o fato de Elena estar na barriga da mãe- seis meses de gestação-, o que impediu seus pais de embarcarem para a morte da guerrilha. Quando Elena cresceu, após a separação de seus pais, quando Petra ainda tinha sete anos de idade, ela foi estudar e trabalhar em Nova York, buscando seu sonho de ser atriz de Hollywood, aonde chegou inclusive a conhecer Coppola.

O que se sabe é que Elena esta ausente da vida de Petra, e essa após cerca de 2 décadas desde que Elena partiu para NY, resolve recriar os passos de sua irmã Elena em busca de seu paradeiro, reencontrá-la ainda que a descoberta de onde Elena foi parar seja ao mesmo tempo acalentadora e devastadora.
O filme inicia-se com um recorte de imagens de Petra andando pelas ruas de NY, narrando um sonho que teve com sua irmã, onde neste, Elena esta em cima de um muro num emaranhado de fios elétricos. Quando ela olha de novo, ela nota que é ela mesma que esta no muro e não sua irmã. Ela se desespera e tenta se desvencilhar dos fios, cai e morre.

Essa narração em off ao som de Mamas & Papas - Dedicated To The One I Love criam uma rede de significados e de preparação para o longa que na sequencia usa uma sucessão de intercalações entre fatos documentais de lembranças resgatadas por textos narrados, por sons gravados em fita cassete antigo - uma espécie de diário em áudio de Elena, já que esta odiava a própria letra - e imagens de vídeos antigos e caseiros, com filmagens atuais de Petra caminhando a esmo por ruas e becos numa angulação sem simetria e com uma lente que nos faz emergir numa espécie de sonho sendo recordado, refazendo os passos da irmã.
Essa sequencia inicial, já nos coloca a par do que é Elena. Um filme poético, lúdico, de tal imersão visceral e condução emocional ao espectador típicos dos filmes de ficção.

Isso porque, apesar de se tratar de um documentário extremamente pessoal, Elena consegue criar uma conexão com o publico, dos mais variados tipos, e jeitos, idades e épocas. O filme é atemporal num nível artístico raro de se encontrar atualmente não só nos produtos documentais nacionais, mas no geral de realizadores que se embrenham por esse campo do cinema. Quando se opta por realizar uma obra pessoal, com vivencias pessoais, corre-se o risco obvio de limitar sua obra a um nicho de pessoas que conhecem previamente ou que viveram aquela experiência. Porem com Elena isso não acontece por mais que fique claro que a busca e compreensão e sentido de existir daquele filme seja totalmente relevante a diretora, o filme consegue dialogar com o mundo ao propor uma discussão mais ampla, do que a simples busca por compreensão a uma perda e uma saudade. Elena discursa sobre nosso próprio Eu. Sobre nossos próprios sentimentos, sobre nossa própria busca, sobre nossas dores pessoais. Isso é raro.

Aliado a uma trilha sonora marcante, com belas composições e pontuadas com montagens de imagens repletas de simbolismos, como câmeras difusas e na mão, planos abertos contemplativos e imagens desfocadas, ou mesmo retalhos de quadros e elementos da natureza como folhas intensamente vermelhas aludindo a lembranças passados, ou mesmo fluxos de rios e mares, sons de água como fluxo de vida compõe um cenário narrativo perfeito para as narrações em tom suave e extremamente feminino de Petra; que narra de forma pausada mas expressiva cada momento de sua busca pela historia da irmão.

Petra como personagem visual em tela mal aparece de frente, com exceção das imagens de arquivo antigo quando esta era uma criança. Porem quando ela surge, ela se confunde tanto com as imagens de Elena passadas que fica difícil diferenciar quem é quem. A mãe de ambas entra então na narrativa como mais um elemento do tempo para compor essa ideia de que as épocas, os sonhos e as dores daquela família se confundem na vertente feminina ali. Petra é sua mãe e sua mãe é Elena, como Elena também é Petra.

A edição entre os arquivos antigos e os especialmente filmados agora para o longa conseguem se fundir, dando uma linearidade inclusive na arte final, tanto em cor e textura quanto no designer e figurino geral, conseguindo uma fotografia em parcimônia com o todo. O ritmo também é excelente, a procura, a documentação e confusão citada na descrição do longa, adquirem tons de poesia fílmica mesmo ainda que exerçam o papel fundamental em atos distintos. E um texto rico, que em parte é fruto de Elena, de suas memórias; mas em sua maioria da sensibilidade de Petra e claro da terceira, a mãe das duas; que é sensacional do inicio ao fim em seus relatos. As metáforas visualmente falando caem como uma luva e uma dor a mais em tudo isso. Porem é uma dor com prazer; uma dor sofrida e bela que com certeza vale o ingresso, a paciência, as lagrimas e o nó da garganta.

Quando enfim ficamos sabendo qual o destino final de Elena, o baque é tão forte e t tamanho apelo emocional- sem ser forçado ou piegas- em tela para o espectador, que as lagrimas caem de forma branda, sofrida porem natural. O filme é uma experiência dolorosa aqueles que sentem o que Elena sentiu aqueles que sentem essa necessidade existência igual de Petra de seguir e começar a viver e de sua mãe de continuar.

O esquecimento e as lembranças, os sonhos com a realidade, o ficcional com o documental, o prazer e a dor se fundem em tela- após toda a confusão inicial- e criam uma obra coesa e definitivamente soberba.
O que é importante salientar é que Elena é uma viagem não só por dentro dos sentimentos e procura de Petra ao resgate a sua irmã Elena desaparecida dentro de si, mas uma viagem profunda aos maiores medos e angustias do espectador, seja o medo da morte, o medo da perda, o medo da falta e o pior deles, o medo de sentido para a vida.

Sem duvidas Petra criou uma obra de destaque. Um tributo lúdico e extremamente sensível sobre sua própria historia e sobre sua irmã, eternizando-o não só em suas memórias e sentimentos, mas nos de cada pessoa que se deixar apresentar por ela.

Um filme obrigatório aos corações que buscam acalento na busca da vida, nem que seja para se ver ‘doendo’ um pouco mais. Um filme corajoso não só pelo risco de trazer isso tudo em tela e errar, mas acertar em cheio e ainda remoer uma angustia que amedrontaria qualquer ser humano seja ele quem for.

Uma Obra prima, uma pintura audiovisual obrigatória, daquelas de dançar chorando ao som da lua, nas águas de Elena...


"Me vejo tanto em suas palavras que começo a me perder um pouco em você"
"Me afogo em você (...) em Ofélias..."
"Espelhos dentro d'água"


 Trailer:

 

 Vídeo de campanha para o longa feita por atores após assistirem o filme: Quem é Elena?


Ficha Técnica:


Gênero: Documentário
Direção: Petra Costa
Roteiro: Carolina Ziskind, Petra Costa
Produção: Daniela Santos, Julia Bock
Fotografia: Janice d'Avila, Miguel Vassy, Will Etchebehere
Duração: 82 min.
Ano: 2012
País: Brasil










sábado, 27 de julho de 2013

Crítica: Amor Pleno

"Quando escalamos uma montanha, vamos ao estágio da maravilha (wonder)".



Sob essa premissa, o diretor e roteirista Terrence Malick surge com sua nova obra intitulada ‘Amor Pleno’ (no original “To The Wonder”); uma escalada bela, poética, transcendente porem vazia.

Quando se fala de Terrence se torna quase redundante pela maioria de critica e publico, dizer que estamos frente a um dos diretores mais conceituais e com identidade visual marcante contemporânea. Os traços de Malick denunciam suas obras quase que instantaneamente. Seja pelos longos planos contemplativos, seja pelas escolhas de atores sempre – ou quase sempre- em papeis de não estrelas, onde o meio toma a frente do todo; ou seja, onde o cenário se torna protagonista a frente dos atores.

Em “Arvore da Vida” seu filme anterior, e com certeza mais bem sucedido, ainda que divida opiniões de publico – no geral foi aclamado por critica e premiações, mas devastado pelo publico-, é sem duvidas o seu filme mais conhecido; Malick conseguiu reunir todos os elementos que aludem a si, em seu maior e melhor grau, seja na parte técnica quanto na narrativa em si. Em ‘Amor Pleno’ a historia é outra.

O que vemos em Amor Pleno, é a desconstrução do amor, tanto sentimento quanto força. Malick alude esse sentimento de forma visual, em cada detalhe, em atos, em sons, em ruídos, em gestos; quase como se ele tentasse nos mostrar o invisível através de suas câmeras e longos planos de contemplação e parcimônia. Mas sem a profundidade dada em Arvore da Vida. O que não é ruim, mas também não é bom.

Com uma fotografia estonteante e planos arrebatadores que beiram a perfeição fílmica, onde cada cena por si só é um espetáculo a parte, orquestradas por uma trilha sonora instrumental que nos leva pela passagem de tempo descompassada das sequências unicamente como um amigo nos guiando e  não como algo que manipula. Qualquer emoção que se possa ter com o que é mostrado é única e exclusivamente fruto da percepção de seu espectador, não é planejado ou ‘indiciado a’. Alias, toda a parte técnica do longa é primoroso, seja pelos enquadramentos ora assimétricos, ora com simetria e planejamento esmerados, sejam pelas cores em planos conglomerados, num designer sonoro e visual impecável, seja pelas metáforas e simbolismos contidos na montagem – uma cela de cavalo, uma cerca de uma casa nos remetendo a sensação de aprisionamento, um bando de pássaros voando nos remetendo a liberdade ou mesmo o maravilhoso e inteligente simbolismo do casal andando sobre as areias de solo instável, nos demonstrando adiante a inconstante relação deles tal qual o solo pisado em outrora; – quanto a narrativa, num texto poético e lúdico com referencias literárias, inclusive bíblicas. Planos em sua maioria espelhados evidenciando a dualidade nos seres humanos em sua busca entre o certo, o errado, o querer e o sentir.

Mas o problema nasce na linguagem. Malick é um experimentador, um artista conceitual, que testa conceitos e técnicas, sem deixar transparecer suas referencias e sem se preocupar em explicar cada uma delas. O cinema de Malick foi criado e nos é apresentado com a única razão de nos fazer sentir ou compreender algo seja lá o que for. Fica claro a percepção e intenção de repetir e reafirmar algo que ele trouxe desde Arvore da Vida, a busca humana por compreensão, por  compreender o ato de sentir, por compreender o ato de querer compreender.

Nesse ponto Amor Pleno é quase uma busca existencialista do amor. De todas as suas formas. Sua confusão, a maneira que ele faz sofrer, a maneira que ele sufoca e transcende a maneira que ele dúbio e simples, a maneira que ele é sombrio e poderoso. Ele questiona o amor inclusive na religião, questionando na fé, na dependência – em certo momento o roteiro declama “somos impelidos a dever sentir amor. Pois deus disse que devemos amar, gostando, querendo ou não querendo nos devemos (no sentido de dever, ser obrigado) a amar. Nascemos para isso”; esse sentimento tão complexo a nós mesmos.

Para isso ele se utiliza de 3 tramas paralelas. A primeira de Neil -  Ben Affleck -  e Marina - Olga Kurylenko -, um casal de amantes, ela francesa com uma filha de dez anos, ele americano, que trabalha numa construtora e que tentam a todo custo entender a si mesmos quanto a esse amor que sentem um pelo o outro. Sem protagonistas definidos, talvez seja de Olga a atenção maior que o filme confere, começando por nos apresentar a sua visão de mundo e terminando com ela ao final, sendo dela a maior parte de exibição em tela, sendo dela os momentos mais sensuais e visualmente carismáticos do filme, ela é a mocinha. Ainda que seja a meu ver de Affleck o alicerce de tudo, uma vez que é através do personagem dele que todos os outros mantêm uma coerência espacial em si.
Depois temos Affleck revivendo um antigo amor do passado, uma possibilidade que não foi e pode retornar com Jane - Rachel McAdams belíssima tal qual Olga, com uma sensibilidade que aflora à tela; principalmente de Olga-; que perdeu uma filha no passado e tenta resgatar as esperanças na confiança ao Amor.
E por fim temos Quintana - Javier Bardem-, como um padre católico que enfrenta uma crise silenciosa com sua fé. Onde ele busca continuamente a reafirmação de que ELE- Deus- esta ali o guiando através do amor transcendente (pleno?); e que infelizmente- ainda que Javier nos entregue uma sempre competente atuação- não se elucida com o restante da trama, talvez apenas em seu 3° ato em tela.

Esses 4 personagens nessa tríade de tramas, nos conduzem por um emaranhado filosófico e reflexivo na busca e degradação mental, emocional e sentimental do amor. É algo quase que Freudiano tal qual Arvore da Vida foi. São recortes e telas inteiras de pensamentos, questionamentos, erros, acertos, e fragmentos de atos e situações- muitas representadas por personagens sem nome, ou mesmo voz/dialogo – em crise por essa falta de fé no amor- seja ele de qual forma for. Assim obviamente o filme recai em discursos quase que religiosos a todo o momento, o que é de se esperar levando-se em conta a vertente tão religiosa demonstrada por Malick em seu mais recentes trabalhos. Algo que me desagrada, não pela religião em si, mas pela obviedade encontrada na narrativa aonde se vinha tendo um posicionamento tão mais interessante e complexo-; mas que é funcional a trama. Mas essa linguagem onde sempre é escolhido 'o mais' ao invés 'do menos', se torna o ponto mais intragável com relação a Malick- o elemento 'me ame ou me odeie'-.
Para Malick tudo é importante, ele se desliga completamente da máxima do cinema onde diz que qualquer coisa que não esteja em função da narrativa deve ser cortado na edição. Para Malick tudo é importante ainda que essa importância não se evidencie ou realmente não o seja, para ele é, e isso é desgastante por vezes.

Volto a Affleck para elucidar seu personagem, que ainda que pareça extremamente entendiante e insignificante em tela- devido a sua baixa participação ativa entre as cenas-, é a persona mais instigante e complexamente trabalhada enquanto elemento vivo de sentimentos ali. Neil surge vazio, frio, distante diante do espectador, contudo desperta o lado mais arrebatador e apaixonante de Marina e Jane. Se as duas são simples e puramente a paixão, a entrega e o medo, o desespero - caracterizados pela devastação do meio, da natureza, da vida, a feminilidade soberba e radiante, vital porem frágil -, é Neil que carrega todo o esmorecimento do sentimento amor em si. Quase como um vassalo do que busca, continuamente analisando, sentindo, refletindo, de forma catatônica as vezes, de maneira quase onírica em seu silencio. A complexidade do que ele sente e tenta sentir e entender por aquelas duas mulheres - inclusive o mal que faz a elas- e sobre si mesmo, é representado pela ausência de expressões. A leitura do que ele sente e do que ele é, é formada pelo espectador que coloca nele as reações e impulsos que bem lhe servirem. É como se seu personagem fosse apenas um corpo oco em função daquilo que o preenche. Quando ha sexo ele se entrega a sensualidade, quando ha ternura ele se entrega a fragilidade, quando há alegria ele se entrega a felicidade, quando ha dor ele se entrega a confusão, quando há desespero ele se entrega a raiva. Ele é a catarse que o filme busca entre o equilíbrio do controverso e do inverso do Amor - sempre iniciado com letra maiúscula-. Tal elaboração é fruto do roteiro que criou tal peculiaridade a seu personagem e não exatamente às limitações já claras e sabidas do ator.

Os personagens que ora permanecem em silencio – principalmente Affleck que quase não tem diálogos -, ora apenas sussurram inaudivelmente, ora falam em espanhol, italiano, inglês e francês através de personagens secundários, vão remoendo uma teia de retalhos cada vez mais confusos e inorgânicos sobre o tema, enquanto explodem na tela elementos belíssimos quase palpáveis da natureza, sua força e fragilidade em angulações peculiares que nos transpõem ao que se é visto. É melancólico, é contemplativo.

Os personagens são meras ilustrações dos sentimentos e do sentido invisível buscado pela premissa, ao Amor. E obviamente quando se escolhe tal linguagem sem linearidade, sem estrutura fixa, causa estranhamento e por vezes uma pedante experiência, mórbida, escassa de apego ou mesmo chata para se usar a palavra correta. Os minutos se arrastam e parece que estamos sendo levados a lugar algum. Ledo engano, claro; mas definitivamente não é um cinema fácil de assistir, de se absorver. Soa pretensioso, soa forçado, soa de fato desnecessário- o que talvez seja, talvez não.

O filme é grande, porem esta longe de ser maravilhoso ou tão relevante quanto seu anterior. Isso por que Malick cometeu o erro de tentar se manter na linha tênue entre o mesmo de antes e o inovador- causado pela expectativa criada justamente por seu anterior-. O que se tem em tela é um concha, um emaranhado de ideias geniais e interessantes, únicas, mas sem definição alguma, um labirinto camuflado por uma rígida e espetacular rede de imagens e técnicas infalíveis. O seu 'mais se tornou 'menos' mas jamais 'nada'.

É belo, mas não convence. É instigante, mas não inspira. É poético, é sensível? É; mas falta. É impressionante, mas esquecível.

Mas uma coisa não se pode negar: Essa montanha deve ser escalada, ainda que se caia no meio do caminho. A subida vale a pena, nem que seja para chegar ao topo, tirar uma foto, postar aos amigos e descer novamente.




PS: Detalhe para a ultima cena do filme, onde ma espécie de ilha com um forte em tons de cinza, sobre uma vastidão de mar em clima ameno/frio sintetizam toda a atmosfera do longa. 


Trailer:



Ficha Técnica

País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Produção: Sarah Green
Fotografia: Emmanuel Lubezki
Trilha Sonora: Hanan Townshend
Elenco: Ben Affleck; Olga Kurylenko; Rachel McAdams, Javier Bardem e Tatiana Chiline
Tempo de Duração: 112 minutos
Ano de Lançamento: 2012