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domingo, 30 de dezembro de 2012

Critica: Historias Que Só Existem Quando Lembradas


“- Eu não posso continuar fingindo que faço parte desse lugar.
- mas afinal, a que lugar você pertence?”



Jotuomba é um pequeno vilarejo em que ninguém morre há muito tempo e o cemitério está trancado com cadeado. Cada morador cumpre sua função e assim seguem os dias. Madalena (Sonia Guedes) faz pão para o armazém do Antônio (Luiz Serra). Como todos os dias, ela atravessa o trilho, onde o trem já não passa há anos, limpa o portão do cemitério trancado, ouve o sermão do padre e almoça com os outros velhos habitantes da cidade. Vivendo da memória do marido morto, Madalena é acordada por Rita (Lisa E. Fávero), uma jovem fotógrafa que chega na cidade fantasma de Jotuomba, onde o tempo parece ter parado.

Sinopse acertada de uma premissa instigante, bela e extremante sensível e perturbadora.
Com um dos títulos mais belos do ano, “Historias Que Só Existem Quando Lembradas” cria uma fabula atemporal e anacrônica sobre um vilarejo estático no tempo e espaço, onde as memórias são a chave para sua sobrevivência arquetípica.

O filme que conta quase sempre com enquadramentos estáticos, no meio da tela, nos mostra um pequeno vilarejo esquecido no tempo. Rachaduras nas paredes, sem animais visíveis, relógios quebrados, poeiras no soalho e nas estantes. Onde o cotidiano se repete continuamente sem cessar. Madalena (numa fabulosa interpretação de Sonia Guedes) segue sua vida numa repetição quase cronometrada: acorda ainda de madrugada, faz o pão e o assa. Leva-os logo de manhã ate o armazém de Antonio ( numa atuação sóbrio e repleta de tons cômicos de Luiz Serra), onde ela se encarrega de enfileirar e arruma-los na estante, a contra gosto de Antonio que ao fazer o café – que Madalena julga ser ruim – reclama do modo em que ela dispõe os pães. Então ambos sentam-se do lado de fora do armazém para tomarem seu café da manhã, enquanto conversam amenidades ou ficam em permanente silencio. A tarde, se encontram com os outros – aproximadamente- dez habitantes do vilarejo, todos velhos, onde se sentam a uma mesa de madeira ao ar livre, rezam e almoçam juntos. Em seguida parte para a única igrejinha existente e ouvem o sermão do Padre. À noite, Madalena volta para sua casa, onde escreve cartas pequenas a seu finado marido Guilherme. Cartas que ela endereça a ele numa rebuscada letra e guarda numa caixa de papelão antiga.
No dia seguinte, tudo se repete outra vez. As mesmas falas, os mesmos gestos.

Ate que a chegada de Rita, uma jovem andarilha fotografa, que pede hospedagem na casa de madalena, muda sutilmente a rotina de todos no vilarejo, apenas por sua presença.
É tocante notar as diferentes sutis que o roteiro imprime a narrativa com a chegada da nova personagem. E principalmente o contraste desta com o todo do filme. Rita é jovem, dinâmica, independente, questionadora e observadora, cabelos tingidos e curtos, que usa roupas atuais e porta diversas câmeras e um Ipod.
Tudo em Rita se contrasta diretamente com os moradores e o próprio vilarejo sem nome.
Ao redor, o tempo parece ter se extinguido. Como Antonio diz em certo momento do filme “Aqui nós nos esquecemos de morrer”.

Seus moradores parecem se fundir aos poucos, as pedras e as paredes rachadas. Como se fossem um único organismo remanescente de uma Era antiga. Quase uma cidade fantasma. 

Contando com uma narrativa densa e misteriosa, com ares de terror e suspense latente, em parte pela escolha de montagem eficaz e correta de acostumar o expectador àquela rotina dos moradores, fazendo com que uma minima mudança, um minimo utensilio a mais ou a menos chame nossa atenção imediatamente; o filme traz uma esplêndida fotografia repleta de texturas saturadas, com imagens deslumbrantes e bucólicas e planos inspiradores e enquadramentos belos e funcionais, para mostrar a emprestar o tom de contemplação, feito obras de natureza morta que o enredo exige. Sem muitos diálogos, o filme ainda tem o bônus de não possuir trilha sonora, provindo no silencio ou nos sons ambientes, como a respiração de seus personagens; seu maior trunfo.

Numa direção segura de Murrat, 'Historias Que Só Existem Quando Lembradas', cai fundo em reflexões humanas, de vida, morte e caminhos a se seguir. Coloco em xeque nossas lembranças e sonhos e nossa visão de mundo vivo diante do fatídico fim que é o descanso eterno. Esteja nas metáforas contidas nas fotografias em preto e branco com superexposição, onde seus personagens surgem quase apagados, como espíritos intrusos de um mundo vivo; seja nos cadeados em volta do único cemitério da cidade, onde a entrada é proibida e tem a fachada repleta de flores cultivadas com afinco por Madalena. Seja na rotina estática e repetitiva, ou mesmo no olhar de seus moradores sempre vazios e desconfiados.

Numa sequência de tirar o fôlego, em que Madalena aceita por fim tirar uma fotografia de si, o filme ainda recai sobre uma alusão ao eterno que as fotos captam. Mágico.

Ao final, o filme nos brinda com uma tocante, bizarra e enregelante reviravolta, permeada por um fio cômico peculiar, provando que se tornou não só um filme a ser lembrado, como também jamais esquecido.

Trailer



FICHA TÉCNICA

Diretor: Júlia Murat
Elenco: Sonia Guedes, Lisa E. Fávero, Luiz Serra, Ricardo Merkin, Antonio dos Santos, Nelson Justiniano, Maria Aparecida Campos, Manoelina dos Santos, Evanilde Souza, Julião Rosa, Elias dos Santos, Pedro Igreja
Produção: Lucia Murat, Julia Murat, Christian Boudier, Julia Solomonoff, Felicitas Raffo, Juliette Lepoutre, Marie-Pierre Macia
Roteiro: Julia Murat, Maria Clara Escobar, Felipe Sholl
Fotografia: Lucio Bonelli
Duração: 98 min.
Ano: 2011
País: Brasil, Argentina, França
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Classificação: 12 anos









sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Critica: Argo



A Crise de Reféns do Irã  foi uma crise diplomática entre o Irã e os Estados Unidos, onde 52 norte-americanos foram mantidos reféns por 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomar a embaixada americana em Teerã, em apoio à Revolução Iraniana.
O episódio chegou ao auge quando, após tentativas fracassadas de negociar uma libertação, os militares dos Estados Unidos tentarem uma operação de resgate, a Operação Eagle Claw, em 24 de abril de 1980, que resultou em uma missão fracassada, a destruição de duas aeronaves e a morte de oito soldados americanos e um civil iraniano. Ela terminou com a assinatura dos Acordos de Argel, na Argélia em 19 de janeiro de 1981. Os reféns foram formalmente libertados sob custódia dos Estados Unidos no dia seguinte, poucos minutos após o novo presidente americano Ronald Reagan ser empossado.

Em meio a isso, um projeto de resgate promovido pela Cia em total cunho secreto, era arquitetado.

Após a invasão da embaixada dos Estados Unidos, seis funcionários fogem e procuram abrigo na casa do cônsul canadense. Depois de tomar ciência da situação, a CIA chama Tony Mendez (Affleck), um especialista em resgates, para desenvolver um plano de fuga.

Sem melhores alternativas devido ao governo ditatorial que vigora no país, ele resolve criar um falso filme, uma cópia descarada de Star Wars, que se chamaria Argo. Com a desculpa de procurar locações, ele entra no Irã para ajudar os americanos.

Essa é a premissa de Argo, terceiro filme de Ben Affleck na direção, que desta vez também o protagoniza. Apesar do cunho fantástico e fértil do enredo, não se engane. Tudo realmente aconteceu. Argo é baseado em fatos reais. Difícil de acreditar? Sim. E é aí que a magia acontece.

Com direção segura e mais uma vez demonstrando total domínio da linguagem, bem como o conhecimento de sua historia, Affleck nos conduz diante de um drama/ação denso repleto de tomadas inventivas e sequencias de tirar o folego.

Contando ainda com um roteiro bem amarrado com poucas falhas de estrutura; Argo mostra diálogos inteligentes e mais que isso, um respeito absoluto a seu publico e a historia que se propõe a contar.

Como feito em "Medo da Verdade" Aflleck utiliza o artificial do 'livre-arbítrio" ao induzir no espectador o martelo e a sentença. Não ha julgamento explicito de valor e culpa. ambos os lados da moeda, são relevantes e tem sua parcela de vitimização e culposidade. Cabe ao espectador decidir de que lado ficara, e qual 'mocinho" escolhera.
Mas ao contrario o mencionado, "Argo" não é totalmente serio. ele se utiliza de artifícios cômicos e de ironias planejadas especialmente para quebrar a tensão dramática. Não é um filme difícil de se assistir, é leve, repleto de vícios de linguagem.

Claro que há o patriotismo, caso contrario não seria um filme com as bençãos de Hollywood, mas a simples escolha de nos introduzir a tal historia contando apenas fatos sem enfeites, logo no prologo muito bem montado e conduzido, já é um feito e tanto para um diretor em crescente ascensão.

Utilizando planos rápidos, e montagens rápidas, uma edição calma e correta e contando com atuações medianas, e controladas Argo ainda se beneficia por sua malemolência de introduzir uma metaforização peculiar a Star Wars. O roteiro de Argo - (foda-se*) o fictício dentro do filme - remonta a uma versão Trash de Star Wars. Mas o curioso é notar a ideia de alusão ao clássico e ao próprio EUA. A bandeira americana sempre presente quando é citado Star Wars. Guerra nas Estrelas. A bandeira repleta de estrelas. E isso é de uma genialidade poucas vezes vistas no cinema atual. ao menos em Hollywood. 
Coincidência?

Ben Affleck ainda empresta a seu personagem uma atuação morna, como sempre, mas ironicamente correta. Na realidade o papel dele é tão secular que poderia não existir.
Alias este é um raro filme em que as atuações pouco importam. O que importa é o enredo. Os personagens e seus nomes são esquecidos no minuto em que sobem os créditos.

Contando com um das melhores sequencias do ano, em seu climax, Argo ainda nos brinda com a demonstração de um trabalho intenso de pesquisa ao final, ao mostrar a dedicação em mostrar os fatos tal qual foram.

Argo é cotado a conseguir as principais indicações ao Oscar de 2013. E não seria nenhuma surpresa se os leva-se.

Ótimo filme.


* comentário remetendo a uma citação dentro do filme.

Curiosidade:


O personagem de Goodman: John Chambers, realmente foi informante do governo, além de ser o vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem em 1969, por seu trabalho em Planeta dos Macacos.

** Critica de "Medo da Verdade" >>Criticofilia - Critica: Medo Da Verdade

 Trailer:





Ficha técnica:
  
Diretor: Ben Affleck
Elenco: Bryan Cranston, Ben Affleck, John Goodman, Taylor Schilling, Kyle Chandler, Alan Arkin, Tate Donovan, Clea DuVall, Adrienne Barbeau, Rory Cochrane, Kerry Bishé, Richard Kind, Titus Welliver, Michael Parks, Zeljko Ivanek, Chris Messina, Michael Cassidy.
Produção: George Clooney, Grant Heslov, David Klawans
Roteiro: Chris Terrio
Fotografia: Rodrigo Prieto
Duração: 120 min.
Ano: 2012
País: EUA
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos







quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Critica- A Saga Crepúsculo - Amanhecer: Parte 2


Com direção de Bill Condon, A Saga Crepúsculo – Amanhecer – Parte 2, chega ao fim, num filme hibrido divertido e quase que redentor de sua própria limitação.

Não é novidade que a Crepúsculo trouxe a tona um ode de questionamento acerca dos filmes de entretenimento e blockbuster no mundo todo. Detentores de bilhões em bilheteria e cultuados por jovens e adultos, a saga vampiresca, demonstrou que não é preciso habilidade ou talento para se conseguir uma posição relevante na indústria. Aliados a um marketing forte e um clã de seguidores e fãs da obra literária que originou a saga, os filmes dessa franquia demonstrou uma quase nula habilidade técnica, mas uma exemplar de divulgação.

O filme inicia-se do ponto em que parou na Parte 1. Bella finalmente acorda, transformada em vampira depois de quase morrer ao dar a luz a sua filha hibrida Renesmme. Mas o que parecia ser o conto de fadas – não pude evitar o comentário – perfeito; se torna um verdadeiro pesadelo, quando Irina, uma antiga inimiga dos Cullen e de Bella, avista Renesmee de longe, e tomada pelo desejo de vingança, acusa a existência da menina aos Volturi – clã de vampiros governantes -. Por considerarem Renesmee uma ameaça, uma vez que julgam se tratar de uma criança imortal, transformada em vampira pelos Cullen, os Volturi partem rumo a Forks, cidade em que vivem os Cullen, prontos para darem o devido castigo a família e a criança; a sentença? – A Morte definitiva.
Mas o que os Volturi não sabem é que Renesmme é meio vampira e meio humana, já que foi concebida de forma “natural”. Agora, Bella, Edward, Jacob e os Cullem, partem numa corrida contra o tempo, para conseguir testemunhas suficientes entre os Vampiros, para provar aos Volturi que Renesmee não é uma ameaça, e assim garantirem a proteção de sua Família Imortal.

Com essa premissa, o filme parte numa narrativa mais eficaz do que os outros títulos anteriores. A estrutura do roteiro ganha pela primeira vez, um enredo funcional, com 3 atos bem definidos e ate mesmo diálogos interessantes. A principal mudança acontece justamente, pelo fato de que pela primeira vez o filme se assume tal qual é: entretenimento.

Isso é notado na escolha de imprimir doses cômicas e despretensiosas às cenas.
Como em  passagens cômicas como a adaptação de Bella a sua nova força de recém criada, ou como sua ira ao descobrir sobre o Imprinting  de Jacob com sua filha. Ou mesmo os Vampiros distantes e seus poderes e humor ácidos.

Toda a falta de técnica e as atuações lastimáveis do elenco central- com exceção mínima de Taylor e seu Jacob – são eclipsados, pela forma que o diretor escolheu enxergar seu produto final. Se antes o maior problema era a pretensão de cada titulo ser um filme relevante, grande, “épico”, quando na realidade não passavam de decupagens mal feitas, planos desinteressantes, atuações medianas, e um roteiro falho, repleto de oscilações e incoerências. Aqui em Amanhecer parte 2, tudo se releva justamente pela compreensão de elenco e direção de saberem o que são e tem, e qual o objetivo final na obra. Dar o que o publico espera. E conseguem.

Contando com uma fotografia mais saturada e delimitada, e uma paleta de cores condizente com a nova realidade de Bella, ao vermos planos mais amplos, ou pequenos detalhes, em cores vivas e sequências mais ágeis; o filme reforça sua maior força: sua trilha sonora. Canções belas de ídolos pop atuais embalam os momentos certos em cada cena.

Se o trabalho de maquiagem impressionou na parte 1 ao tornar Bella numa escultura cadavérica, definhando de dentro para fora, aqui na parte dois, as falhas são visíveis.
Bella é uma morta-viva. Uma mutante sem circulação sanguínea. Sem sangue quente. Mas ainda assim, é possível notar sua face rosada a todo instante. Um deslize.

Deslize que se torna uma falha terrível ao incluírem uma mescla de maquiagem e efeitos visuais falhos ao conceber uma bizarra projeção do rosto de Renesmee quando mais nova. Uma computação gráfica mal feita, mesclando as feições de Bella e Edward. 
Não soa natural.

É importante destacar a atuação da Kristen aqui e de Pattison. Kristen continua demonstrando um acanhamento para interpretar frustrante, mas pela primeira vez, parece que ela aceitou também seu personagem. Ela demonstra uma atuação leve. Como se estivesse se divertindo no papel, e isso é bom. O mesmo se pode dizer de Pattison, que seja proposital ou não, deixa de lado as expressões controladas e fechadas de antes e assume um tom mais natural, tornando seu personagem ao menos coerente, uma vez que a desculpa para suas feições sem trejeitos serem devido a seu auto controle ao estar perto do "cheiro" de Bella. Uma vez que ela agora é vampira o controle some.

Mas se há algo que se deve aplaudir em Amanhecer Parte 2; é primeiro o seu salto narrativo que conceberam exclusivamente ao filme, ao incluírem uma batalha bem executada, sangrenta, visceral e catártica, próximo ao clímax da projeção. Uma inspiração interessante que quase concede ao filme uma esperança de que finalmente aprenderam algo. Mas a esperança fica no quase, ao errarem novamente e voltarem a historia original, destruindo completamente a beleza, inclusive técnica de tal momento. 
Uma pena.

E segundo e não menos importante é a atuação de Michael Sheen e seu Vilão Líder dos Volturi, Aro. Doando ao personagem uma personalidade cômica, próxima à loucura psicopata, Aro se transforma num vilão simpaticamente assustador e assim o personagem mais interessante de todos os cinco filmes lançados ate então. Suas expressões, seus trejeitos, sua fala controlada e sibilada; uma atuação realmente boa.

Ao fim, Amanhecer Parte 2 volta às mesmas limitações de seu inicio, remontando um romance vazio, sem sentido e totalmente anacrônico a realidade ou mesmo a ficção.

Mas se há um trunfo nisso tudo é o nome acertado de seus títulos, se tal qual a alusão ao nosso satélite natural em suas repletas fases, a Saga Vampiresca, nos mostrou uma fase aluada em tela, anacrônica a suas próprias inspirações. Tornando-se um absoluto Crepúsculo do inicio de nosso século cinematográfico.

No mais, Amanhecer Parte 2 é bom. Divertido, com momentos interessantes e ate certo brilho ao sol que contempla seu amanhecer.

Mas não, não “para sempre”. E isso é excelente.



Trailer:



 Ficha Técnica:

Diretor: Bill Condon
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Dakota Fanning, Anna Kendrick, Taylor Lautner, Ashley Greene, Michael Sheen, Maggie Grace, Kellan Lutz, Nikki Reed, Jackson Rathbone, Peter Facinelli, Jamie Campbell Bower, Mackenzie Foy, Billy Burke, Elizabeth Reaser, Christopher Heyerdahl, Lee Pace, MyAnna Buring, Joe Anderson, Cameron Bright, Booboo Stewart, Angela Sarafyan, Noel Fisher, Ty Olsson, Alex Meraz, Rami Malek, Christian Camargo, Julia Jones, Mía Maestro, Charlie Bewley, Daniel Cudmore, Lateef Crowder, Tinsel Korey, JD Pardo, Chaske Spencer, Kiowa Gordon, Judith Shekoni, Casey LaBow, Bronson Pelletier, Omar Metwally, Andrea Gabriel, Toni Trucks, Tracey Heggins, Lisa Howard, Guri Weinberg, Marisa Quinn, Marlane Barnes, Valorie Curry, Erik Odom, Janelle Froehlich, Patrick Brennan, Bill Tangradi, Tony Bentley, Amadou Ly, Tammi Arender, Masami Kosaka, John Edward Lee, Salomon Passariello, Vivian Fleming-Alvarez, Christine Craft Regusa
Produção: Wyck Godfrey, Stephenie Meyer, Karen Rosenfelt
Roteiro: Melissa Rosenberg
Fotografia: Guillermo Navarro
Trilha Sonora: Carter Burwell
Duração: 117 min.
Ano: 2012
País: EUA
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos







domingo, 16 de dezembro de 2012

Critica - As Vantagens de Ser Invisível


“Bem vindo à ilha dos brinquedos desajustados...” 



Com direção de Stephen Chbosky, “As vantagens de ser invisível”, vai na contra corrente de seu titulo e se torna um gigante a mostra de quem se permitir enxergar.

Quando Charlie começa a digitar em sua maquina de escrever uma carta para um amigo ao qual ainda não conhece- ou aparenta ainda não conhecer, nunca se sabe ao certo -; somos transportados para um mundo entre a adolescência e a vida adulta. Seu mundo. Primeiro dia de aula, na qual ele já o começa contando quantos dias restam para o fim do período estudantil – é seu primeiro dia no ensino médio-.
Entre reflexões, e o peso habitual de ser um calouro, nerd, calado que ama literatura, musica e que deseja ser escritor, Charlie (Logan Lerman, de Percy Jackson e o ladrão de raios) conhece Patrick (Ezra Miller, de Precisamos Falar sobre Kevin) e sua meia irmã Sam (Emma Watson, da Franquia Harry Potter).
 Patrick é um Jovem louco, brincalhão, entre o limite do que se consideraria ser o garoto popular e o bobo da corte do colégio.
Sam por sua vez é a garota descolada, dona de uma beleza estonteante e viva que parece levar a vida no melhor estilo “garotas só querem se divertir e porque não?”.
Mas Charlie esconde segredos, medos, traumas do verão passado e de toda uma vida jovem, que se choca, justamente com o mesmo peso, o mesmo receio, medo e expectativas, os mesmos segredos de Sam e Patrick, unindo-os assim, numa amizade aparentemente incomum, mas intensa.

E é com esse enredo, e nesse contexto que somos apresentados a um filme denso, com um roteiro elaborado e uma linguagem eficaz.

 A premissa pode ser clichê e quase que “mais do mesmo” como tantos outros títulos anos adentro e afora, mas não se enganem. As Vantagens de ser invisível tal qual seu titulo, promove um Ode ao cinema. A tudo que ela pode oferecer nos seus melhores momentos. A narrativa é densa, mas com fluidez. É fácil se identificar com cada um dos personagens mesmo que não se tenha identificação pessoal ou direta com nenhuma de suas personalidades.
O que o filme constrói é um panorama de uma juventude que não esta perdida, mas que tenta se encontrar a cada segundo. São jovens adultos que carregam muitas vezes calados, ou camuflados, tantos questionamentos, julgamentos, experimentações e escolhas, inseguranças, injustiças e responsabilidades tais que muitas vezes passam despercebidos por todos, e por eles mesmos. São o que são. Somos nós. Cada um que já foi adolescente um dia.

Mas não são problemas adolescentes, no entanto. O que Stephen Chbosky faz, é decupar com maestria e cuidado cada uma das personalidades de seus personagens, sem ser exagerado ou soar artificial. Tudo flui com naturalidade. Nada é melodramático demais, mas nunca é leve demais também. O que vemos em tela é uma teia antropológica que cai fundo nos ideais internos de cada um, e promove discussões pessoais sobre a vida.

 O filme conta com uma fotografia inspiradora, com contrastes que vão desde os saturados com iluminação ambiente e desfocadas, as vezes estouradas; ate a uma coloração opaca, com pouca iluminação e tons escuros, que nos conduz a películas antigas e não, a fotografia tão digitalizada atual;

 A questão do tempo, mesmo que soe metaforicamente como algo extremamente importante apenas como forma de categorização e não exatamente como forma de condução, exerce um papel secundário aqui. Em nenhum momento o roteiro nos conta em que ano estamos. Há indícios de que estamos vendo o final dos anos 80, mas jamais isso nos é afirmado. Não há datas, não há localizações. Não há sobrenomes – com exceção de dois personagens; o professor de Inglês avançado o Sr. Anderson, e o Jogador do time de futebol americano do colégio, Brad Hays-, não há indicação de passagem de tempo. Apenas vamos de um natal a outro, ou de um verão a um inverno.
Isso porque, essas informações aqui não são importantes. O enredo desde o inicio, com a narração da carta da primeira carta de Charlie, nos faz entender que não importa o tempo em que se esta, ou quem quer que você seja. Ele nos remete a ideia de que aquela historia poderia ser a nossa, ou de qualquer um.
E isso é excelente. Aqui funciona.

Com uma trilha sonora fantasticamente nostálgica, que vai de The Beatles, a Sex pistols, The Sampls, Galaxy 500, New Order, Sonic Youth, ate The Smiths e ate David Bowie; "As vantagens de Ser Invisível" consegue nos fazer relembrar épocas talvez jamais vividas por nós, mas nem por isso deixa de promover nostalgia.

São Vinis, fitas cassetes, globos espelhados, fitas nos cabelos das garotas, e o auge do The Rocky Horror Picture Show – que ganha destaque durante a projeção com direito a uma semi-encenação fidelíssima ao clássico musical-.

 Mas não é só o roteiro, o enredo e a direção acertada que fazem desse filme uma experiência interessante.

 É preciso dar créditos merecidos às atuações, principalmente do trio central.
Emma, Ezra e Logan, constroem uma linha de atuação acertada em cada cena do longa. Seja a vivacidade de Emma e sua Sam, mas sempre com olhares acusadoramente pesados e aflitivos.
Seja Ezra, demonstrando uma versatilidade fenomenal com seu Patrick, entre o despojamento e a maturidade exacerbada
Seja Logan doando a seu Charlie trejeitos de nervosismo e acanhamento, sempre com olhares vagos e um andar tímido, ombros curvados e voz suave.

Dar qualquer informação a mais sobre o desenvolvimento do filme seria um erro. A imprevisibilidade é a palavra chave que o torna tão especial.

Um longa divertido, triste, denso, com uma composição narrativa crua e devastadora; repleto de sensibilidade dúbia, e poesia visual.
Seja pela montagem delicada ou a edição rápida com cortes secos propositais, seja pela filmagem despretensiosa, mas hábil, com travellings e panorâmicas convencionais mas eficazes e gostosas de se ver, ou seja por uma aula de carpintaria e um relógio de madeira completamente torto. Seja o detalhe que escolher, As Vantagens de Ser invisível é um deleite para todo aquele que sente falta de um filme amplo, sem precisar de mega produções, orçamentos trilhonarios, ou efeitos visuais hi tech.

Um filme atemporal que consegue emocionar e causar aflição ao mesmo tempo, que deixa saudades assim que os créditos finais sobem e que nos deixa a certeza de que realmente não importa de onde se vem o que importa e para onde se escolhe ir.
E se escolher ir assisti-lo tenha a certeza de que terá escolhido uma ótima experiência e uma grata surpresa.

 Um filme invisível, mas que brilha mesmo diante dos tuneis de escuridão.


 Informações relevantes: 

O filme é baseado no Best Seller de mesmo nome e de autoria do próprio Stephen Chbosky.
O Filme conta com a participação de Nina Dobrev, como irmã de Charlie. A Atriz é conhecida por seu papel como a Vampira Elena da serie The Vampire Diaries. 

Trailer:


 


 Ficha Técnica:

Diretor: Stephen Chbosky
Elenco: Emma Watson, Nina Dobrev, Logan Lerman, Paul Rudd, Ezra Miller, Mae Whitman, Melanie Lynskey, Kate Walsh, Dylan McDermott, Johnny Simmons, Nicholas Braun, Zane Holtz, Reece Thompson, Julia Garner,
Produção: Lianne Halfon, John Malkovich, Russell Smith
Roteiro: Stephen Chbosky
Fotografia: Andrew Dunn
Trilha Sonora: Michael Brook
Duração: 103 min.
Ano: 2012
País: EUA
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos








segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Critica: Beasts of the Southern Wild (Indomável Sonhadora)



Hushpuppy tem seis anos e vive no delta de um rio na Louisiana, em uma comunidade isolada, com seu pai Wink. Sua mãe desapareceu há algum tempo. Quando uma tempestade levanta as águas ao redor de seu vilarejo, Wink subitamente adoece. Logo a natureza se altera e criaturas pré-históricas despertam de suas sepulturas congeladas, os aurochs. Ela vê seu harmônico universo em colapso. Enquanto luta para sobreviver à catástrofe, a pequena heroína decide ir à procura de sua mãe.

Essa sinopse consegue fazer jus em parte a esse filme que consegue surpreender pela leveza e peso com que conduz sua narrativa conturbada e humana.

A jovem Hushpuppy desde a primeira cena em que surge, já prende nossa atenção e ganha nossa devoção e torcida por um futuro melhor, seja La qual esse for.
Uma garota repleta de imaginação, mas de face sempre seria e concentrada, entre o medo e a bravura, que é ensinada pelo pai autoritário, ríspido, mas que demonstra em pequenos gestos nutrir um amor incondicional pela cria, a ser forte e literalmente se tornar uma sobrevivente, nem que para isso destrua alguns traços de sua feminilidade e inocência nela.

É notável o modo que o diretor escolheu tornar tudo tão real a ponto do filme adquirir traços de documentário. O ambiente é inóspito. A trilha sonora surge apenas para embalar pequenas divagações de imaginação da garota, que cria fabula e lendas antigas para tentar entender esse mundo ao qual é submetida. Nesse mundo criado por ela, ela é a heroína, ela é ‘A VERDADEIRA PATROA DO MUNDO’. Os animais e o meio ambiente se interferem conforme seus atos. E já com sua pouca idade, ela demonstra entender que escolha e consequência andam juntas.

Com narração em off, ela nos conta e conduz através da narrativa o que ela acredita ser parte de suas aventuras rumo a eternidade. Tal quais os homens das cavernas, ela registra em forma de pensamentos e desenhos nas madeiras do barraco onde mora, o que acontece com ela.

E aqui surge um pequeno problema. 

Apesar da narração em off ser um auxilio mais que perfeito para a proposta do enredo, por dá a chance de compor uma personagem mais completa e complexa. Pois a pequena garota é em si introspectiva. Seu mundo, ao redor é bruto. Assim ela naturalmente se fecha para seu mundo fantástico, que é igualmente perigoso e nocivo, mas que ela de alguma maneira controla. Com a esperança de reencontrar sua mãe, que os abandonou- é o que aparenta. Mas as reflexões que ela faz, não condizem com sua idade. Por mais madura que ela tenha sido obrigada a se tornar, é demais esperar tais pensamentos e lógica de uma garota de apenas seis anos de idade.

A câmera na mão, sempre nos permeia para compor ainda mais um ambiente de urgência.

Um filme bonito, pesado se considerarmos o que ele demonstra, a face que ele revela. Que é resumido numa perda que a garota sofrida, mas forte sofre, e logo após a cena em que ela olha sem demonstrar emoção alguma, a um animal morto deteriorado, totalmente aberto e podre.

Mas tudo culmina num único sentido: a relação pai e filha, cria e criador.

Um filme lindo, bem feito e reflexivo. E tal qual seu nome- original não essa besteira de tradução que trouxeram para cá- Animais do Sul Selvagem (em tradução livre) mostra que nos humanos no final das contas somos o que somos animais em busca de sobrevivência.





Ficha Técnica

Título no Brasil: Indomável Sonhadora
Título Original: Beasts of the Southern Wild
País de Origem: EUA
Gênero: Drama / Aventura
Tempo de Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento: 2012
Direção: Benh Zeitlin
Elenco: Quvenzhané Wallis, Dwight Henry, Levy Easterly, Lowell Landes, Pamela Harper, Gina Montana.





quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Critica: PROCURA-SE UM AMIGO PARA O FIM DO MUNDO


Com ares de Melancolia, comédia romântica aposta no sentimental com mesclas de tom cômico e acerta o alvo, num filme gostoso, mas que poderia ser mais interessante.

Em sua estreia na direção Lorene Scafaria nos presenteia com um filme leve, de humor agridoce, com características que o fazem assemelhar-se com Melancolia, filme de 2011 do diretor dinamarquês Lars Von Trier.

Mas calma, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Enquanto melancolia pega pesado em dramas existenciais, com uma perfeição visual, quase orquestrada em tela, com firmeza, num drama perturbador e denso, “Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo", não assume tal pretensão, mas nos entrega uma película semelhante no que diz respeito à “espera pelo fim”.

A premissa é simples e peculiar: Um meteoro- Matilda - está em rota de colisão com a Terra, e a última missão humana enviada para desviá-lo falha em sua tentativa. Não há mais saída: em três semanas, o mundo vai acabar. Algumas pessoas aproveitam os últimos dias de vida para beberem e fazerem sexo sem compromisso; outras se rebelam pelas ruas e começam a destruir os carros e os comércios. Além delas, existe Dodge (Steve Carell), corretor solitário que acaba de ser abandonado pela esposa, e Penny (Keira Knightley), sua vizinha triste, que nunca teve um namoro satisfatório. Juntos, eles decidem percorrer o país para reencontrarem suas famílias e seus amores de juventude antes que seja tarde demais.

Porem, o filme nos entrega uma divertida narrativa, repleta de boas piadas e irônicas observações.
O roteiro assinado pela própria Scafaria constrói um mundo normal, sem imagens deslumbrantes e inóspitas de destruição, no qual o foco esta justamente na maneira que cada personagem escolhe lidar com tal fim.
É o ex-namorado que quer repovoar a humanidade, são os trabalhadores e a empregada domestica que fingem que nada demais esta acontecendo, são os homens solteiros de meia idade aproveitando tal oportunidade para viverem sem medo de consequências tudo que sempre quiseram, são os suicidas que resolvem dar cabo de si mesmo antes do fim.
Vemos famílias em crise, ou se unindo ainda mais. Personagens em busca de redenção e perdão, em processo de recuperar tempos há tempos perdido. Nisso drogas, sexo sem proteção, roubos e crimes diversos, vão surgindo aqui e ali, naturalmente. Mas tais atos, tais fatos não são destaque. Estão ali apenas para dar certa “verossimilhança” talvez, enquanto o foco é a descoberta em si mesmos dos protagonistas. O erro!
O tom minimalista alcança absurdos graus de falta de arco dramático que sustente o enredo. O espectador não se entrega totalmente ao filme, é como se os personagens estivessem aquém de seu ambiente. Tudo soa artificial, justamente pela insistência em torna-lo leve, num tema que não foi pensado para ser leve. O humor aqui entra como osmose, não tem real significado.
Mas tal qual seu enredo, ora profundo e ora artificial, é inegável o poder de deslumbramento que o filme possui, justamente por ir contra a maré justamente artificial em que vivemos no cinema.
É cada vez mais comum nos depararmos com filmes que versam sobre o fim da raça humana e sua busca por redenção, num reflexo moral. Nisso, entram dramas complexos ou cenários apocalípticos de terror, que utilizam-se da tecnologia de ponta para contar suas historias alarmistas e urgentes. Aqui não, aqui vemos um filme humano, simples mas principalmente físico  onde o cenário natural, onde roupas normais, onde não ha um minimo de efeito especial, ou computação gráfica para servir de alicerce. A força do filme esta em seus personagens e em sua busca. E isso lhe dá todo o credito para se tornar, ironicamente aceitável.

Keira Knightley esta deslumbrante e irreconhecível com seus cabelos curtos e descuidados, no papel de Penny, uma garota solitária que neste fim do mundo quer apenas morrer ao lado da família, deixando para trás todo o fracasso sentimental e amoroso que a assolou durante toda a vida. E é tocante o modo que ela nutre uma paixão intensa por seus discos de vinil. Única preocupação que tem- proteger e manter seguro seus discos. Nisso entra a trilha sonora totalmente nostálgica e simpática que vai desde Radiohead a Samba-rock.
Steve Carell surge aqui como Dodge, um acanhado corretor de seguros, que tenta manter o controle sobre si mesmo após ser abandonado pela esposa. Ele tenta levar uma vida corriqueira, apenas a espera do fim. Sozinho ele vê em Penny, uma igual, mesmo com todas as brutais diferenças de personalidade de ambos.

O filme carrega ainda características de Road Movie, no qual cada personagem, cada parada na estrada representa uma evolução a mais aos protagonistas, mudando-os.
Com um cunho altamente romântico, que beira ao leite condensado com açúcar de tão doce e meloso em algumas partes, o filme consegue encontrar em seu clímax, mesmo que ainda melodramático, um final satisfatório, poético e tocante.

O tempo aqui assume um papel especial. É comum ouvirmos dialogos que versem sobre o tempo que resta, o tempo perdido, o tempo vivido. Penny representa essa mescla de tempos, ao amar vinis antigos, ao usar um vestido surrado antigo, mas manter uma posição comportamental atual e evoluída. Dodge em contra partida, é o cara de meia idade, que vive uma vida regrada, de bons costumes, correta, mas que expressa em suas roupas e jovialidade, uma alma jovem e contemporânea.

É impossível não simpatizar com a química evidente de Keira e Steve em tela, e com a historia, a busca de seus personagens.

Entre tanto, a sensação que fica é que o filme poderia ser mais. Ir além, ser mais audacioso. Onde havia um leque vasto de possibilidades para ser trabalhado, o filme estagna, em mostrar apenas o lado romântico da narrativa. Apesar de toda essa premissa interessante, onde cada ser humano demonstra tudo àquilo que esta intrínseca em si, numa mescla de extinto e complexidades sentimentais e emocionais em vista do fim de tudo, o filme acaba não indo alem de mais uma comedia romântica. Mas interessante mesmo assim.

Não, não é Melancolia; é Romance cômico, mas nem por isso deixa de ser tocante e profundo a sua maneira.

Decepciona apenas por escolher o obvio, o mais fácil, o simples, num enredo construído para ser ousado, rebuscado e complexo. Atores excelentes tem ótima noção de construção narrativa e de cenas, também. O que falta? Um pouco de sal, onde o açúcar transbordou demais.

Longe de ser um grande filme, o filme se limita a ser regular com ótimos momentos, mas para o gênero a que se propôs encaixar e tendo em vista ser uma realização de uma iniciante na direção, Procura-se um Amigo Para o fim do Mundo pode considerar-se sortudo, pois deve encontrar bastantes candidatos a ocupar o que procura.






Ficha técnica

Titulo original: Seeking a Friend for the End of the World
País: EUA/Singapura/Malásia/Indonésia
Ano: 2012
Direção/roteiro: Lorene Scafaria.
Elenco:  Steve Carell, Keira Knightley, Nancy Carell, Connie Britton, Mark Moses, Martin Sheen, William Pettersen.
Classificação:  12 anos.